segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Coco


Origem: É especulada. Alguns pesquisadores afirmam que o Coco tenha surgido no interior do Estado do Alagoas, muito provavelmente no Quilombo dos Palmares.

Instrumentaria:
Homens: calça listrada, xadrez ou branca, de boca estreita, camisa de meia, sandálias, chapéu de
palha.
Mulheres: vestido estampado de cor alegre, mangas fofas, saias bastante rodada, com babados. Nos
pés, usam tamancos de madeira que ajudam a sonorizar o ato da pisada no chão.


Instrumentos: O Coco é uma dança do povo e os principais instrumentos são as próprias mãos. As cantigas são acompanhadas pelo bater de palmas com as mãos encovadas, imitando o ruído de quebrar da casca de um coco, daí o nome da dança, de ritmo bem brasileiro.
Usam também zabumba (tambor) "pife", flauta, ganzás, chocalho, viola, pandeiro, cuícas, maracás, bombos.Até o caixão de querosene entra na dança, na falta de um instrumento musical.

Artista Celebre: Jackson do Pandeiro 
      Lampião



Dança típica das regiões praieiras é conhecida em todo o Norte e Nordeste do Brasil. Alguns pesquisadores, no entanto, afirmam que ela nasceu nos engenhos, vindo depois para o litoral. A maioria dos folcloristas concorda, no entanto, que o coco teve origem no canto dos tiradores de coco, e que só depois se transformou em ritmo dançado. Há controvérsias, também, sobre qual o estado nordestino onde teria surgido, ficando Alagoas, Paraíba e Pernambuco como os prováveis donos do folguedo.
O coco, de maneira geral, apresenta uma coreografia básica: os participantes formam filas ou rodas onde executam o sapateado característico, respondem o coco, trocam umbigadas entre si e com os pares vizinhos e batem palmas marcando o ritmo. É comum também a presença do mestre"cantadô" que puxa os cantos já conhecidos dos participantes ou de improviso. Pode ser dançado com ou sem calçados e não é preciso vestuário próprio. A dança tem influências dos bailados indígenas dos Tupis e também dos negros, nos batuques africanos. Apresenta, a exemplo de outras danças tipicamente brasileiras, uma grande variedade de formas, sendo as mais conhecidas o coco-de-amarração, coco-de-embolada, balamento epagode.
Os instrumentos mais utilizados no coco são os de percussão: ganzá, bombos, zabumbas, caracaxás, pandeiros e cuícas. Para se formar uma roda de coco, no entanto, não é necessário todos estes instrumentos, bastando as vezes as palmas ritmadas dos seus participantes. O coco é um folguedo do ciclo junino, porém é dançado também em outras épocas do ano. Com o aparecimento do baião, o coco sofreu algumas alterações. Hoje os dançadores não trocam umbigadas, dançam um sapateado forte como se estivessem pisoteando o solo ou em uma aposta de resistência. O ritmo contagiante do coco influenciou muitos compositores populares como Chico Science e Alceu Valença, e até bandas de rock pernambucanas. O sucesso de Dona Selma do Coco, acompanhada por gente de todas as idades, mostra a importância do velho ritmo, que vem sendo resgatado no Nordeste do Brasil.

 Variantes do Coco

O Coco, a exemplo de outras danças tipicamente brasileiras, apresenta grandes variedades de formas.

Variadas são as modalidades, conforme o texto poético, a coreografia, o local e o instrumento de música.

Os “Coco solto”, “Quadras”, “Embolada”, “Coco de entrega”, “Coco dez pés”, são referidos pela métrica literária.


Os “Cocos de ganzá”, “Coco de zambê”, pela música.

Os “Coco de praia”, “Coco de usina”, “Coco de sertão”, pelos locais.


Os “Coco de roda”, “Coco de parelhas ligadas”, “Coco solto”, “Coco de fila” “De parelhas
trocadas”, “De tropel repartido”, “Cavalo manco”, “Travessão”, “Sete e meio”, “Coco de visitas”, pela coreografia.


Muitos deles caíram em desuso, por causa das influências culturais urbanas e da repressão das autoridades (há um grau de erotismo embutido nas danças), mas ainda são praticados nas festas juninas.

Um dos Cocos mais populares é o de embolada, que se caracteriza pelas curtas frases melodias repetidas várias vezes em cadência acelerada, com textos satíricos (quase sempre improvisados, em clima de desafio) onde o que importa é não perder a rima.

O Coco possui dois ritmos distintos, o "tropé" ou "tropel", que é um sapateado vigoroso, marcado pelos pés descalços ou tamancos pesados e que se ajusta àquele executado nos instrumentos musicais. A umbigada está presente em muitas variantes.

As canções variam de acordo com região, que enriquece o repertório.

O Coco é um folguedo do ciclo junino, que é dançado também em outras épocas do ano.

O Coco dançado em Alagoas é diferente do paraibano, do pernambucano e do rio-grandense. Em alagoas o sapateado é mais vivo e mais figurado. e forma-se rodas de homens e mulheres. No centro fica o solista que põe o "argumento", isto é, a melodia do texto. Logo sobressai o refrão cantado pelos demais da roda:


"Venha ver a coisa tá boa
Venha, é um Coco lá das Alagoas".
O solista, no centro, executa requebros e sapateados, passos figurados, inventados na hora. Ao finalizar faz a sua vênia ou reverência. Retira-se, e entra outra pessoa.


Bambelô

Coco em que dançarinos formam círculo em torno de um solista que, depois de se apresentar, passa a vez para outro com umbigada ou equivalente. Um dos tocadores, chamado coqueiro ou coquista, faz o canto, coco ou embolada, e os demais respondem em coro. Inclui instrumental complexo, constituído por atabaques, pequenos tambores (zambê), ganzá e afoxé de maracá.

Coco-Gavião

Cantado e dançado no Cariri (Ceará) por homens quando nos terreiros, já nas casas mulheres e homens dele participam. É de nítida influência alagoana, dos romeiros da Terra dos Marechais que se dirigiam a Juazeiro do Norte.

Outra variante ali existente é o coco-bingolê. Tanto um coco como o outro tornaram a adjetivação do refrão final. No primeiro, cantam "o gavião peneirô-ê" e, no segundo "bingolê, ô bongolê-á". A dança pequena diferença tem uma da outra. No coco-gavião as colunas se cruzam, no coco-bingolê, não.

Sebastiana (coco)

Rosil Cavalcanti

Convidei a comadre Sebastiana
Pra dançar e xaxar na Paraíba.
(coro repete)
Ela veio com uma dança diferente
E pulava que só uma guariba.
(coro repete)
E gritava: a, e, i, o, u, ipsilone...
(coro repete)

Já cansada no meio da brincadeira
E dançando fora do compasso
Segurei Sebastiana pelo braço
E gritei: Não faça sujeira
O xaxado esquentou na gafieira
Sebastiana não deu mais fracasso.
Mas gritava: a, e, i, o, u, ipsilone...
(coro repete)

Vídeos:

Danças Brasileiras - Coco Alagoano - parte 1/2/3





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